A atividade física, por si só, traz inúmeros benefícios para a saúde porém também há o outro lado da moeda, causador de inúmeras discussões
são os efeitos nocivos do exercício físico! Dentre eles se encontram as discussões sobre lesões crônicas por esforço repetitivo ou excesso de esforço e as manifestações de dores.
Outra situação, pouco incomum, porém não
necessariamente nociva, é o surgimento de um
desconforto e dor na musculatura esquelética, que não
significa que o organismo foi lesionado (efeito prejudicial) pois provoca a adaptação, através de mecanismos naturais, como discorremos a seguir.
A atividade física, por si só, traz inúmeros benefícios para a saúde, por
exemplo: o fato de caminhar diariamente pode auxiliar na manutenção do fluxo
sanguíneo exigido a aquele esforço e com o tempo manter um patamar ideal para a
realização desta atividade bem como atividades similares sem percepção de
cansaço excessivo.
A organização/planejamento de uma série de atividades
físicas com objetivos específicos, quando bem orientado – mediante prescrição das variáveis agudas
do treinamento (ordem dos exercícios, volume, intensidade de carga) - e bem executado igualmente
promove os benefícios acima mencionados com a vantagem de potencializa seus
resultados.
Uma única sessão de esforço já promove uma
série de alterações fisiológicas de uma série de variáveis (frequência cardíaca,
pressão arterial, Ph, hidratação, temperatura corporal, dentre outras) como tentativa
de manutenção/equilíbrio das funções vitais. O organismo humano possui a habilidade de
responder ao esforço físico, alterando seu estado de repouso a um nível suficiente
para realizar a atividade física.
A prática regular deste esforço – chamado de
treinamento físico - faz com que o organismo seja constantemente desafiado a
melhorar e com isto, tira lições importantes para, no futuro, realizar a mesma
atividade de forma mais eficiente. Este processo promove não só o benefício
direto para o que foi treinado, como o exemplo dado (o sistema
cardiorrespiratório) bem como para todos os sistemas que foram mobilizados para
esta resposta (cardiovascular, ósseo, muscular, aprendizado do gesto, etc):
mais conhecida como adaptação crônica ao esforço.
Utilizando o exemplo da caminhada, caso esta rotina apresente intensidades e que não respeitam a
capacidade atual do indivíduo em executá-las certamente fará com que seu
organismo responda de forma ruim, podendo aparecer lesões (tema que podemos abordar
futuramente).
Outra situação, pouco incomum, porém não
necessariamente nociva, é o surgimento de um
desconforto e dor na musculatura esquelética, resultante da realização de uma
determinada carga que o indivíduo não esta acostumado a suportar – este fenômeno
é mais conhecido como dor tardia ou dor muscular de início tardio (DMIT) que não
significa que o organismo foi lesionado (efeito prejudicial) pois este fenômeno
não é de todo nocivo.
Este tipo de dor se manifesta até aproximadamente
8 horas após o esforço podendo aumentar de intensidade nas primeiras 24 a 72
horas, dependendo da magnitude do esforço. Após este período observa-se seu
declínio progressivo e desaparecimento completo.
Apesar
de inúmeros estudos sobre este fenômeno, pouco se sabe sobre os mecanismos responsáveis
pelo surgimento desta dor: a literatura refere que prática de contrações musculares
de alta intensidade, principalmente aquelas com um maior componente excêntrico produzem
danos naturais
às estruturas
musculares (fibras), podendo desencadear uma resposta inflamatória como a principal responsável pela dor tardia no grupo
muscular exercitado. Este processo é natural na qual os músculos possuem mecanismos
de recuperação que consequente promovem
a melhora na resistência e tolerância ao esforço.
A dor
tardia pode ocorrer em diferentes magnitudes dependendo de o:
- tipo de contração, com ênfase nas ações musculares excêntricas (músculos são estendidos enquanto se contraem), tipo de exercício típico em treinos intervalados de corrida (por exemplo uma passada larga de corrida com aumento de velocidade); treinos de força (quando o peso de afasta do corpo) e corridas em planos declinados (descendo uma ladeira ou ria, com aumento ou manutenção de velocidade – sem frear o movimento).
- Velocidade de movimento, aumento súbito de velocidade, por exemplos: passando de trote para sprint (de leve para submáximo); manutenção ou aumento da velocidade descendo a ladeira, etc;
- Tempo de intervalo as séries: redução ao mínimo necessário ou isenção de tempo adequado para recuperação (isto pode constituir em erro ou estratégia intencional para aumento de intensidade);
- Fator de treinabilidade do indivíduo – acometendo principalmente os iniciantes e treinados após um tempo de destreinamento (período de retorno aos treinos depois de pausas forçadas, férias ou inicio de temporada). Assim, para evitar que os músculos fiquem doloridos, você deve continuar praticando exercícios físicos regularmente
Para se evitar ou minimizar o efeito da dor
tardia torna-se de suma importância para qualquer tipo de treinamento físico, em
quaisquer níveis de desempenho, mas, sobretudo nos mais elevados, promover condições
para uma recuperação pós esforço, que consiste em buscar o retorno dos sistemas
a níveis próximos dos basais (usuais para o indivíduo em repouso), além de lhe
proporcionar equilíbrio e prevenir lesões.
A seguir, algumas sugestões de técnicas que
podem ser utilizadas para tanto:
- Exercícios preparatórios / de baixa intensidade - com intuito de promover o aquecimento ou volta a calma, bem como experimento prático do movimento que será exigido.
- Alongamentos suaves - sem objetivar ganhos de amplitude - intuindo que o praticante tenha a oportunidade de observar como está o seu estado no momento da prática esportiva, lhe dando uma melhor percepção de seus limites fisiológicos e físicos, incluindo os articulares;
- Técnicas de massagem/massoterapia – objetivando a descontração muscular e relaxamento momentâneo e melhora na percepção de dor. Sugere-se a automassagem (feita pelo próprio indivíduo) ou a passiva (aplicada por outro) nas regiões acima e abaixo da área dolorida e, em seguida, o músculo, com as próprias mãos ou com objetos como bolinhas, rolos, etc.
- Recuperação ativa seguida ao esforço de alta intensidade - Seu tempo deve ser muito bem calculados e controlado a fim de garantir a recuperação esperada no momento.
- Outros métodos – crioterapia (aplicação de gelo local), contraste, dentre outros.
- Evite automedicação sempre.
- Troca de informações e feedback constante com o professor - O melhor a fazer é observar o que foi realizado e analisar em conjunto, assim é possível prescrever as exigências osteomusculares de forma adequada e gradual, permitindo a adaptação aos novos movimentos e deixando a dor a níveis mais confortáveis.